terça-feira, 24 de abril de 2007

Querido Diário

Querido diário,
Como sabes a cultura chinesa sempre me fascinou e por isso quando nas últimas férias os meus pais me permitiram viajar pela 1ª vez sozinha a Pequim (que é, para que saibas, a capital chinesa) coisa que eu andava a pedinchar havia anos, não hesitei. Decidiram que ia ficar na casa de uma amiga da minha mãe que passou a lá viver quando casou com um senhor chinês chamado Jiang Hong e que tem uma filha da minha idade com quem simpatizo muito.
Lá parti muito entusiasmada chegando ao aeroporto de Pequim no dia seguinte bem cedinho. No aeroporto estava uma perfeita confusão mas eu nem tive tempo para me sentir perdida pois a Ming (a filha da amiga da minha mãe) apareceu a correr.
Os dias que se seguiram foram muito divertidos e movimentados. Fiquei surpreendida com Pequim pois é uma grande mistura de cores e pessoas. É diferente de todas as outras cidades. Depois disto a Ming fez questão de que eu conhecesse a Grande Muralha e eu fiquei encantada com a ideia. A muralha da China foi sem dúvida o sítio mais impressionante onde já estive. Tem 35OO km de comprimento e 25 000 torres. Eu tive a sorte de subir a uma delas, e acreditem que é como estar no topo do Mundo!
Visitei também Xangai que era, nos anos trinta, uma lindíssima cidade comparada a Paris. Passados alguns anos a cidade ficou em parte destruída com os seus monumentos históricos praticamente em ruínas. Agora Xangai está em permanente reconstrução e o barulho é ensurdecedor por onde quer que se passe.
- Quando cá voltares nem a vais reconhecer … está sempre a mudar! - disse-me a amiga da minha mãe também ela um pouco surpreendida com a cidade apesar de já a ter visitado inúmeras vezes.
No regresso a Pequim passamos por um mercado em que recebi como presente um belo Kimono chinês decorado com bordados dourados, isto depois do Jiang Hong regatear um bocado o preço para poupar alguns yans. Fiquei contentíssima com a prenda mas também um pouco envergonhada por não saber exactamente para que servia, questão a que a Ming prontamente respondeu. Fiquei a saber assim que o Kimono era o traje habitual antigamente mas que hoje em dia só é usado em ocasiões especiais.
Depois daqueles dias a passear fiquei algum tempo na casa dos meus amigos e aproveitei para telefonar aos meus pais e aprender algumas palavras em Chinês como sim que se dix shí, não que se diz bú shí e obrigado que se diz xìe xìe com o Jiang, que por ser o único chinês na família só fala comigo em Inglês embora tenha uma pronuncia horrível (como todos os outros chineses, vim depois a verificar). Provei também vários pratos chineses como os crepes, que achei muito saborosos.
Como já só faltavam sete dias para me ir embora ainda fui conhecer Xi`an – cidade dos Guerreiros de terra cota, onde observei um engraçado monumento chamado “ Big Wild Goose Pagode ” que fica perto do centro da cidade. Á noite fiquei deslumbrada com um espectáculo de água, luzes e música que lá se realizou.
No dia seguinte, como a Ming queria visitar a avó, fomos a Lesham uma cidade que tem um enorme Buda de 70m encravado na pedra. Em casa da avó de Ming provei diferentes chás que ela faz questão de beber em todas as refeições. O chá é a bebida chinesa mais conhecida e é servido em pequenas chávenas de porcelana chinesa. A seguir ao lanche dei um belo passeio de riquexá que é um carrinho puxado por um ou mais homens. Inicialmente eu nem queria lá entrar com medo de que o senhor ficasse com problemas de coluna mas convenceram-me dizendo que ele já estava habituado. Como os meus amigos sabiam que eu adoro animais ainda me levaram a Chengdu que ficava ali perto, para ir ver os pandas ao Centro de pesquisa. É um lugar que tenta recriar o habitat dos pandas e por isso fiquei contente ao vê-los tão bem instalados. Além do panda Gigante (que é preto e branco) ainda vi o panda vermelho que é mais raro.
No penúltimo dia estava eu um pouco triste á varanda da casa dos Hong quando apareceu a Ming toda sorrisos com o meu Kimono no braço.
- Despacha-te e veste-o – disse-me ela entregando-mo e olhando-se no espelho para verificar se tinha vestido bem o seu próprio Kimono.
Não tive tempo para fazer perguntas porque mal fiquei pronta fui arrastada para o centro da cidade onde estava a decorrer a festa do barco do dragão. Estava tudo ricamente decorado e as pessoas dançavam animadamente. Haviam ainda várias barraquinhas que vendiam candeeiros de mão e bandeiras chinesas pequeninas que como pude observar eram vermelhas com cinco estrelas amarelas no canto superior esquerdo. A festa acabou com um bonito fogo de artifício e uma marcha liderada por um dragão vermelho puxado por alguns homens. Infelizmente aquele foi o ultimo dia em que estive na China e tive então de me despedir com a promessa de voltar áquele país onde ainda há sem dúvida tanto para conhecer.

By Filipa

3 comentários:

Anónimo disse...

E então?! Nenhum comentário...
Mas que raio! Com uma escritora tão boa não há nem uma crítica?!
E outros escritores...não há?

By: Amiguinho(a) Secreto(a)

Anónimo disse...

Obrigada Amiguinho(a) Secreto(a). Fico contente por teres gostado!
Só gostaria de ter uma pista, para saber que és! Assim talvez pudesse agradecer pessoalmente!

Continua a visitar o nosso blog!

Beijinhos,
Filipa

Anónimo disse...

uuuuuuuuuu alguem a escrever no diario, mas enfim o k interessa e k adorei